O deputado João Pinto, da banca parlamentar do MPLA, defendeu nesta quinta-feira, durante um encontro com os ministros do sector social, para definir as prioridades orçamentais para o exercício económico 2021, que em Angola ninguém deve passar fome e que a miséria deve ser combatida.
O deputado reconheceu que não há muito dinheiro, mas disse que há verbas muito boas no orçamento para ação social que devem ser usadas da forma mais eficiente para combater à pobreza.
“Há pouco dinheiro, mas há dinheiro. Devemos remanejar as verbas e sermos mais eficientes. Não podemos aceitar que pessoas passem fome, a miséria tem de ser combatida”.
“Durante muito tempo já não víamos pessoas nos contentores, agora está assustador”, reforçou João Pinto.
A deputada Eugénia Gaspar questionou até quando vamos acabar com esses problemas.
“Todos os dias lamento crianças carentes nas ruas, sem comida, há muita miséria, estamos muito mal. O bocado que temos, vamos repartir com todos”, disse Eugénia Gaspar.
Secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, Elsa Bárber, admitiu que a “inexistência” de um sistema de serviços integrados de ação social a nível local constitui um grande desafio à proteção social.
A governante enfatiza a necessidade de os governos provinciais e administrações municipais atribuírem maior prioridade e mais recursos para o fortalecimento da proteção social aos grupos mais vulneráveis.
Destacou, contudo, algumas iniciativas de âmbito social, nomeadamente o programa Valor Criança, que congrega mais de 700 crianças (consiste na entrega de um valor monetário mensal de 3 mil Kwanzas a famílias com crianças menores de cinco anos, que tem por objetivo proporcionar a todas as crianças um bom começo de vida, incluindo uma nutrição melhorada) e o programa Kwenda (que prevê a transferência de uma renda mensal fixa, no valor de 8,500 mil Kwanzas para as famílias em situação de vulnerabilidade, bem como a sua inclusão em atividades geradoras de rendimentos).